Casa M2
Casa M2
Com génese numa moradia uni familiar de um só piso, construída em alvenaria de pedra que se encontrava em estado de ruína, a M2 propõe uma obra de alteração e ampliação da mesma. As paredes existentes foram, assim, o ponto de partida da intervenção ao converter-se num pátio exterior, espaço negativo na nova construção. Ambiciona-se, agora, a possibilidade de ocupação em dois pisos ao longo dos quais se distribuem uma moradia principal e dois estúdios independentes, todos com usufruto de vista privilegiada para o oceano, a Oeste, e para a paisagem natural e rural circundante. A distribuição volumétrica em U enfatiza esta orientação de vistas e permite, simultaneamente, a criação de uma barreira visual em relação às construções vizinhas ainda que de forma integrada e harmoniosa, sem se impor de forma drástica.
Nos espaços exteriores comuns, com a sua predominância igualmente orientada para Oeste, distribuem-se diversas áreas de lazer e funcionais ao longo de patamares descendentes que culminam no ponto de entrada na propriedade junto ao arruamento público e que se inserem de forma harmoniosa com a paisagem rural em socalcos de pedra de basalto típica da região. É numa das plataformas superiores que emerge a construção, no mesmo plano onde se localiza uma piscina de transbordo que flutua sobre a paisagem.
Optou-se por um sistema construtivo convencional na Ilha da Madeira que consiste numa estrutura em betão armado, paredes em alvenaria de blocos de cimento e isolamento térmico em cortiça com reboco, aqui, pintado num tom natural rosado, frequentemente encontrado em casas antigas na ilha e que complementa as tonalidades da vegetação e suporte rochoso envolvente. As paredes interiores são, também, rebocadas e pintadas em tons similares e as coberturas planas foram revestidas com brita de basalto e calçada e por fim, as coberturas inclinadas com revestimento em terracota plano na cor natural. Toda a gama cromática, a sequência espacial diferenciada e a fluidez da iluminação ao longo de toda a casa pretende proporcionar o máximo de qualidade arquitectónica, de ambiente e vivência aos seus residentes.
Importa ainda referir a presença de um conjunto de pérgulas em aço e vimes que permitem utilizar os espaços exteriores sob a sua protecção, onde os raios solares intensos são filtrados e transformam por completo a atmosfera e vivência desta arquitectura.
Arquitectos Dirk Mayer, Susanne Selders, Sonia Santos
Certificado Energético A
publicado em AECCafé